Na esteira de uma falha digital global que atingiu plataformas de alcance mundial neste mês, como X (antigo Twitter) e o popular ChatGPT, a estabilidade dos serviços estaduais de Santa Catarina, geridos pelo Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC), aparece como um estudo de caso sobre a importância da infraestrutura tecnológica pública.
A instabilidade internacional, que afetou milhões de usuários no dia 18 de novembro, foi reportada pela Cloudflare como um “pico de tráfego incomum” em sua infraestrutura, revelando fragilidade frente à dependência de poucas e centralizadas soluções privadas.
Contrastando com a paralisação ou lentidão generalizada observada em serviços que se apoiam em provedores cloud massivos, os sistemas vitais do governo catarinense, que abrangem saúde, segurança pública e educação, mantiveram-se plenamente operacionais. Esta robustez não é acaso, mas reflexo da estratégia de investimento na empresa de tecnologia de capital público do estado.
Conforme a Diretora de Tecnologia da Informação do CIASC, Cristina Orthmann, ao contrário das corporações globais, com operações que podem ser afetadas por interrupções em escala maciça ou por decisões de mercado, a empresa tem como missão primordial a segurança e a continuidade dos serviços essenciais à população.
“A performance ininterrupta durante o apagão digital global reforça o argumento de que a manutenção e o investimento em know-how e infraestrutura tecnológica própria são fundamentais para a soberania digital do Estado. A resiliência demonstrada pelo CIASC não apenas protege os cidadãos de interrupções críticas, mas também sublinha o valor estratégico de manter a gestão tecnológica estatal focada unicamente no interesse público”, afirma.