O Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC) deu mais um passo importante na proteção dos serviços digitais do Governo de Santa Catarina. A Coordenadoria de Segurança da Informação (COSEI) implementou uma expansão na tecnologia de inspeção SSL, que permite detectar ameaças cibernéticas mesmo em conexões criptografadas (HTTPS), reforçando a defesa de sistemas hospedados no Data Center da empresa.
“Mais de 90% do tráfego na internet hoje é criptografado. A tecnologia permite que esse volume todo também seja monitorado de forma segura, sem comprometer a privacidade”, explica Diego Lopes da Cruz, Coordenador de Segurança da Informação do CIASC.
A tecnologia utiliza certificados digitais do tipo Wildcard, que funcionam como uma “chave mestra” para abrir a comunicação entre múltiplos servidores sob o domínio .sc.gov.br. Com esses certificados, o sistema é capaz de descriptografar temporariamente o tráfego, analisar seu conteúdo em busca de anomalias e ameaças, e em seguida reencaminhar os dados de forma segura ao destino final, mantendo a criptografia ponta a ponta.
“A análise é feita em tempo real e não armazena dados descriptografados. O foco está na identificação de tentativas de exploração de vulnerabilidades, mantendo a privacidade do cidadão preservada”, reforça Diego.
A inspeção funciona integrada ao sistema de detecção de intrusões (IPS) e ao WAF (Firewall de Aplicações Web), ampliando significativamente a capacidade de resposta a tentativas de invasão.
Antes da implementação, muitos ataques disfarçados em conexões HTTPS passavam despercebidos pelos sistemas de defesa. Agora, com a expansão da tecnologia, essas tentativas são detectadas e bloqueadas em tempo real, mesmo quando escondidas em tráfego criptografado.
De acordo com Brunno Nascimento Lopes, Gerente de Redes e Data Center do CIASC, a solução protege sistemas do Estado, incluindo áreas como segurança pública, educação e trânsito. “Estamos trabalhando para expandir essa cobertura à totalidade dos sistemas”, ressalta.
A equipe acompanha os alertas e atualizações via plataforma de monitoramento chamada SIEM (Security Information and Event Management), que cruza dados de servidores, firewalls e sistemas externos para identificar comportamentos suspeitos. Além disso, o CIASC está providenciado a contratação dos serviços especializados de SOC (Security Operations Center) e CSIRT (Computer Security Incident Response Team), que vão reforçar o monitoramento e a resposta a incidentes em tempo real.
A proteção dos sistemas públicos vai além da tecnologia: ela garante a continuidade dos serviços essenciais para o cidadão. “A tecnologia aplicada aqui melhora a segurança, evitando a indisponibilidade de sistemas essenciais, garantindo o acesso dos cidadãos. Além disso, contribui para evitar o vazamento de dados pessoais, sendo, dessa forma, essencial para a segurança digital de todos os catarinenses”, destaca Diego.
